Embora o diagnóstico de autópsia inclua rotineiramente uma avaliação completa de todos os resultados patológicos disponíveis e também de qualquer dado clínico disponível, a contribuição dessas informações clínicas para o rendimento diagnóstico da autópsia não foi analisada. Nosso objetivo foi determinar em que medida o uso de dados clínicos melhora a acurácia diagnóstica da autópsia diagnóstica completa (ACD) e da autópsia minimamente invasiva (MIA), um procedimento patológico simplificado post-mortem projetado para locais de baixa renda. Um total de 264 procedimentos acoplados MIA e CDA (112 adultos, 57 mortes maternas, 54 crianças e 41 neonatos) foram realizados no Hospital de Maputo, Moçambique. Comparamos os diagnósticos obtidos pelo MIA cego para dados clínicos (MIAb), o MIA adicionando a informação clínica (MIAc) e o CDA cego para informação clínica (CDAb), com os resultados do padrão-ouro, o CDA com dados clínicos, comparando a Classificação Internacional de Doenças, códigos da Décima Revisão e as principais classes diagnósticas obtidas com cada estratégia de avaliação (MIAb, MIAc, CDAb, CDAc). Os dados clínicos aumentaram a coincidência diagnóstica com o MIAb com o padrão-ouro em 30 (11%) de 264 casos e modificaram o diagnóstico CDAb em 20 (8%) de 264 casos. O aumento da concordância entre MIAb e MIAc com o padrão-ouro foi significativo nos óbitos neonatais (κ aumentando de 0,404 para 0,618, P = .0271), adultos (κ aumentando de 0,732 para 0,813, P = .0221) e maternos (κ aumentando de 0,485 para 0,836, 0.; P < .0001). Em conclusão, o uso de informações clínicas aumenta a precisão do MIA e do CDA e pode fortalecer o desempenho do MIA em ambientes com recursos limitados.