Rev. moçamb. ciênc. saúde; 8 (1), 2022
Ano de publicação: 2022
Introdução:
Desde o surgimento da pandemia da COVID-19 até 26 de Abril de 2022, houve 508 041 253 casos confirmados, incluindo 6 224 220 óbitos. A África contava, na altura, com 8 727 503 casos confirmados e 171 603 óbitos, enquanto Moçambique contabilizava 225 366 casos e 2 201 óbitos. Esta revisão apresenta
medicamentos e plantas medicinais de potencial uso no tratamento da COVID-19, discutindo a sua relevância para Moçambique.
Métodos:
Para esta revisão narrativa, foram extraídos dados de artigos publicados entre 25 de Dezembro de 2019 e 26 de Abril de 2022 das seguintes fontes: HINARI, PubMed e Google Académico.
Resultados:
Ainda que mais ensaios clínicos sejam necessários, o Remdesivir demonstrou eficácia em modelos in vitro e in vivo contra os coronavírus; a Hidroxicloroquina apresenta actividade in vitro melhor para
SARS-CoV-2 em comparação com a Cloroquina; Lopinavir/ritonavir demonstrou actividade in vitro contra os coronavírus por meio da inibição da protease do tipo 3-quimotripsina. O uso de outros medicamentos da classe de corticosteróides, imunomoduladores e vitamina D3 também se justificam no tratamento de sintomas e prevenção da COVID-19. As plantas contendo alcalóides e polifenóis apresentam melhor potencial contra a COVID-19 pelos seus efeitos antiviral, anti-inflamatório e antioxidante demonstrados nos estudos de acomplamento molecular e ensaios in vitro.
Conclusão:
Apesar das comprovações in vitro quanto à eficácia da Azitromicina e Hidroxicloroquina/Cloroquina, não existem dados clínicos que atestem sua eficácia in vivo contra a COVID-19, tanto administradas individualmente, quanto associadas entre si. Várias plantas e seus metabólitos citados como tendo actividade contra o SARS-CoV-2 ocorrem em Moçambique, sendo indicadas por praticantes de medicina tradicional em vários contextos. Várias plantas potencialmente importantes para o tratamento da COVID-19 são usadas
em Moçambique.