Avaliação da Prevalência da Automedicação e Factores Associados a Sua Prática em utentes de farmácias na Cidade de Maputo no período de 2011-2012
Evaluation of the Prevalence of Self-Medication and Factors Associated with Its Practice in users of pharmacies in Maputo City in the period 2011-2012

Rev. moçamb. ciênc. saúde; 7 (2), 2021
Ano de publicação: 2021

Introdução:

A automedicação é uma prática comum a nível global. Em Moçambique, um estudo realizado em 2017 indicou que 54% dos consumidores adquiriu os medicamentos sem receita médica. Existem poucos estudos sobre os factores associados a esta prática em Moçambique. O objectivo deste estudo, foi de avaliar a prevalência de automedicação e descrever as motivações associadas a esta prática em utentes que procuraram farmácias na cidade de Maputo, no período de 2011-2012.

Métodos:

Foi um estudo descritivo transversal com abordagem quantitativa e qualitativa usou um questionário semi-estruturado para recolher dados de utentes e profissionais de farmácia de 5 farmácias estatais e 5 privadas. Na componente qualitativa, foram feitas entrevistas em profundidade a profissionais de farmácia. As farmácias foram escolhidas de forma aleatória e não foram incluídas as que se encontravam dentro das Unidades Sanitárias. Na componente quantitativa foram incluídos 100 participantes, sendo 50 utentes de farmácias estatais e 50 de privadas. Os participantes foram abordados a saída das farmácias. Os dados foram recolhidos em papel e introduzidos numa base de dados com dupla entrada. Foram feitas análises univariada e bivariada usando o pacote estatístico STATA versão 11. Foram aplicados os testes estatísticos do Qui-Quadrado e o teste exacto de Ficher para comparar as proporções.

Resultados:

A prevalência de automedicação foi de 77%, tendo sido maior nos utentes na faixa etária de [25 – 50] anos (42.9 %). Os analgésicos, (45,5%) e antibióticos (18,2%) foram fármacos mais procurados. Dos 77 utentes que se automedicaram, 44.2% apresentaram como razão, a doença ligeira, 11.7% o facto de ficar muito tempo à espera do atendimento e mau atendimento nas unidades sanitárias.

Conclusão:

Concluiu-se que a prevalência da automedicação nas farmácias da área de estudo foi alta. Os medicamentos mais procurados foram analgésicos e antibióticos. Recomenda-se a existência de medidas de sensibilização tendo em conta as razões apresentadas pelos participantes.

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