Inquérito nutricional a crianças de 0 a 24 meses de idade, adolescentes e mulheres em idade fértil nas Províncias de Niassa, Cabo Delgado e Nampula, 2015

Ano de publicação: 2017

Para responder os objectivos do INCAMF 2015, realizou-se um estudo de corte transversal similar à inquérito demográfico e de saúde, no qual 2,196 agregados familiares (AF) foram selecionados por via de amostragem bietapica à nível de distritos das províncias de Niassa, Cabo Delgado e Nampula, de acordo com procedimentos habituais para o tipo de inquérito; dos residentes nos AF, foram convidados a tomar parte do estudo todos os elegíveis, tendo resultado numa amostra de 769 crianças de 0-24 meses de idade, 527 adolescentes (11-19 anos de idade) e 1,525 mulheres em idade fértil. Dos 2,196 agregados familiares selecionados para o estudo, 43% tinha acesso à água canalizada dentro e fora de casa, 83% tinha latrina dentro do quintal, 85% tinha pelo menos uma rede mosquiteira tratada com insecticida e 75% tinha machamba para subsistência familiar. Em relação a saúde das mulheres, 41% das mulheres de 15-49 anos entrevistadas teve pelo menos quatro consultas pré-natais durante a última gravidez e 95% destas teve os cuidados pré-natais realizados por um profissional de saúde. No que concerne a imunização, 80% recebeu vacinas contra o tétano entre as mulheres que tiveram parto nos dois anos antes ao inquérito. Quanto ao parto institucional, 74% das mulheres teve o último parto na unidade sanitária e destas, 54% teve a consulta pós-parto na unidade sanitária nos primeiros dois dias após o parto. Quanto ao planeamento familiar, à data da entrevista, 21% das mulheres utilizavam algum método contraceptivo e o método injectável (depoprovera) foi omais referido por estas (46%). Em relação a imunização infantil, à data da entrevista, 32% das crianças tinha recebido todas as vacinas do calendário nacional de vacinação até aos 24 meses de idade; no que concerne a suplementação com micronutrientes, 65% de crianças de 6-24 meses tinha recebido suplementação de vitamina A pelo menos uma vez durante os seis meses que antecederam a data da entrevista, e 35% tinham recebido duas ou mais doses de Vitamina A. Quanto as doenças de maior peso no quadro epidemiológico de saúde infantil, 20% crianças de 0-24 meses de idade tiveram diarreia e 40% tiveram febre nas duas semanas prévias a entrevista. Trinta e dois por cento das crianças (0-24 meses) testaram reactivas para a malária e 24% das crianças encontradas nos agregados familiares selecionados dormiu debaixo duma rede mosquiteira tratada com insecticida, na noite anterior a entrevista. Cerca de 51% das crianças tinha subnutrição crónica, 9% subnutrição aguda e 17% tinha subnutrição moderada. Considerando o último nascimento das mulheres entrevistadas, 26% das crianças foi amamentada exclusivamente e 72% teve amamentação mista. Cerca de 10% das crianças selecionadas tinha anemia 6 grave, 51% anemia moderada e 21% de anemia ligeira. Em relação as parasitoses intestinais, contigente a baixa sensibilidade de método de diagnóstico microscópico no campo, 3% estava infestada por parasitose intestinal. Quanto a saúde dos adolescentes, no estrato dos 11 aos 16 anos de idade, 51% apresentava índices de subnutrição grave (aguda) segundo parâmetros do perímetro braquial. Um porcento sofria de anemia grave, 8% sofria de anemia moderada e 22% foram antigenicamente reactivos para malária.

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