Nutrição de crianças e mães em moçambique: resultados do inquérito demográfico e de saúde de moçambique - mids 2003

Ano de publicação: 2006

A malnutrição é um dos maiores problemas de saúde e de bem-estar dos bebés e das crianças em Moçambique. Isto resulta tanto de doenças como do consumo de quantidades inadequadas de alimentos. A quantidade inadequada de alimentos ingeridos é consequência da disponibilidade insuficiente de alimentos ao nível do agregado familiar, práticas alimentares impróprias, ou ambos. As práticas alimentares impróprias incluem tanto a qualidade e a quantidade de alimentos dados às crianças bem como o momento da introdução dos mesmos. Pobres condições de saneamento colocam as crianças em alto risco de contraírem doenças, em particular diarreias, que afectam negativamente a sua condição nutricional. Tanto a quantidade inadequada ingerida como as condições de saneamento são reflexo da base social e das condições económicas prevalecentes. A malnutrição tem consequências significativas a nível económico e de saúde, sendo o aumento do risco de morte a consequência mais crítica. Outras consequências incluem o aumento do risco de doenças e um baixo nível de desenvolvimento cognitivo, o que resulta em baixo aproveitamento escolar. Na idade adulta, a acumulação dos efeitos de malnutrição de longo prazo pode resultar numa redução da produtividade dos trabalhadores e no aumento de ausências ao local de trabalho; estes efeitos podem reduzir a habilidade e o potencial de ao longo da vida activa as pessoas darem a sua contribuição para a economia nacional. Além disso, a malnutrição pode resultar em problemas durante a gravidez. Os dados aqui apresentados são do Inquérito Demográfico e de Saúde de Moçambique de 2003 (MIDS 2003), um inquérito nacionalmente representativo de 12,315 famílias, realizado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), Ministério da Saúde, Maputo, Moçambique. A assistência técnica foi prestada pela ORC Macro como parte do programa MEASURE DHS. Os fundos foram providenciados pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID). Das 10,620 crianças com 0-59 meses que fizeram parte do estudo, haviam 8,224 vivas, cujas mães foram entrevistadas e sujeitas a recolha de dados antropométricos. Em princípio, toda a análise nutricional inclui estas crianças, excepto os casos explicitamente indicados no documento. Os dados nutricionais recolhidos nestas crianças incluem altura, peso, idade, história de amamentação, e padrões alimentares. Foi também recolhida informação sobre a prevalência de diarreia e infecção respiratória agúda (IRA) nas duas semanas antes do inquérito e sobre características sociodemográficas relevantes. Para efeitos de comparação usam-se dados de Inquéritos Demográficos e de Saúde realizados noutros países da África Subsaariana.

Mais relacionados