Estudo sobre a carreira profissional e os constrangimentos no acesso aos postos de chefia para as mulheres funcionárias do sector da saúde em moçambique

Ano de publicação: 2003

Foi realizado um estudo descritivo “ransversal envolvendo profissionais de saúde (que ocupavam cargos de chefia) nas províncias de Nampula, Manica, Inhambane e Maputo cidade, incluindo funcionários dos órgão centrais do Ministério da Saúde (MISAU) nos meses de Outubro de 2002 a Março de 2003. Este estudo foi sugerido pelas assessoras do género (Dra. Francelina Romão e a Dra. Rachel Ploem) no âmbito do plano estratégico do sector de saúde. (PESS) onde a equidade do género foi definida como sendo um dos princípios a serem respeitados no sector de saúde. Foi objectivo principal do estudo, descrever os padrões nas carreiras profissionais mais frequentes entre os trabalhadores do sexo feminino do sector de saúde (Unidade Sanitária, Direcção Distrital de Saúde, Direcção Provincial e Órgãos Centrais do MISAU) de acordo com o sexo. Foi também ob Jectivo do estudo descrever os constrangimentos enfrentados pelas mulheres do sector de saúde na ascensão aos cargos de chefia. Foram conduzidas entrevistas de forma individual por forma a recolher opiniões dos indivíduos trabalhando no sector de saúde há mais de 2 anos, sobre os constrangimentos no acesso aos postos de chefia particularmente para as mulheres funcionárias ao sector de saúde. Foram envolvidas no estudo um total de 176 indivíduos sendo 90 do sexo masculino e 36 do sexo feminino ocupando cargos de chefia aquando da realização do referido trabalho. Foram igualmente envolvidos 217 funcionários de ambos os sexos que não ocupavam carcos de chefia sendo 154 do sexo feminino e 63 do Sexo masculino das 3 províncias em estudo. Destes 9 eram funcionários dos órgãos centrais do MISAU. À idade média dos entrevistados que ccupavam cargos de chefia era de 379 anos tendo variado entre 22-67 anos de idade. A maior parte dos entrevistados tinham entre 10-20 anos de serviço, equivalendo a 65.3% dos entrevistados que ocupavam carges de chefia, e cerca de 26% tinham mais de 30 anos de serviço. Foram encontrados como principais carreiras profissionais no sector de saúde, para mulheres ocupando cargos de chefia a categoria de enfermeira em 50%, parteiras em 111%, 2 38.9% eram agentes de medicina, auxiliares de farmácia, técnica medicina, médica de clínica geral, médica ginecologista, microscopista, pessoal serventuário (agentes de serviço). As actividades mais preferidas pelos entrevistados foram maioritariamente a clinica, actividades que vinham desenvolvendo, participação em cursos para elevar o seu nivel de conhecimentos. De forma geral todos os entrevistados que na altura da sua integração entraram com mais de 1 colega referiram que cerca de 64% dos homens é que tinham ascendido ao cargo de chefia em primeiro plano. Foi constatado também que as mulheres tem menos oportunidades de ascender aos cargos de chefia. As mulheres levaram cerca de 10 anos e 6 meses a ascender a um cargo de chefia comparativamente aos homens que levaram cerca de 5 anos e 6 meses. as mulheres ocupando cargos de chefia, estavam mais concentradas em sectores inerentes categorias profissionais do sexo feminino, como por exemplo o sector de saúde materrno infantil/maternidade. De entre todos os entrevistados que ocupavam cargos de chefia apenas 20% é que tinham o seu cargo formalizado por despacho administrativo. E de salientar que dos entrevistados do sexo feminino apenas 17.8% é que tinham a sua chefia tormalizada. Apenas 35% cos indivíduos com chefia formalizada é que usufruíam de benefício salarial, não tendo sico observadas diferenças entre os dois sexos. Os homens ocupando carços de chefia foram de uma maneira geral os mais beneficiados em termos de benefício salerial, prestígio, “»eneficio material > facilidade de ecesso a formação. Os principais problemas enfrentados pelos entrevistados foram de ordem administrativa e de recursos humanos/pessoal, com cerca de 32.6% e 57.1% respectivamente. É de referir que todas as entrevistadas do sexo feminino enfrentavam problemas de ordem administrativa, e 61% referiram ter problemas de recursos humanos/pessoal. Cerca de 62% referiram que o relacionamento entre indivíduos que ocupavam cargos de chefia e seus subordinados era bom. erca de 64% das mulheres entrevistadas relacionavam-se bem com os seus subordinadas. Com relação as atitudes tomadas pelos chefes inquiridos sobre o não cumprimento cas obrigações lIcborais, 3:.9% das mulheres estabeleciam diálogo quando houvesse transgressão pelos colegas subordinados e 36.5% dos inquiridos homens apontaram também o diálogo como sendo a opção. O assédio sexual foi referido em cerca de 4% dos indivíduos ocupando cargos de chefia. Os indivíduos vítimas de assédio eram na totalidade do sexo feminino. O assédio sexual vara indivíduos que não ocupavam cargos de chefia foi na ordem dos 8%, sendo 28% destes do sexo masculino, e os restantes do sexo feminino. Para qa avaliação de assédio sexual foi considerada qualquer tentativa de convencer o colega para o acto sexual. De forma geral não houve diferença de opinião com relação as oportunidades ce ascersão aos cargos de chefia. Tento os homens como as mulheres Foram unânimes em afirmar em cerca de 64% que os homens é que tinham mais facilidades de ascensão cos cargos de chefia do que as mulheres. Cerca de 26% dos individuos ocupando cargos de chefia tinham condições de reforma, ou pelo tempo de serviço, ou ainda pela sua idade, sendo apenas um entrevistado do sexo feminino e os restantes do sexo masculino. Pelo facto das mulheres estarem sempre concentradas nos sectores com características e enfermeiras de saúde materno infantil (ESMI), estas não se sentem marginalizadas em termos de ocupação de cargos de chefia. Os resultados deste estudo permitem de certa forma concluir que as mulheres apresentam menores oportunidades de ascensão aos cargos de chefia, quando comparados com os homens.
A descriptive “cross-sectional study involving health professionals (who held leadership positions) in the provinces of Nampula, Manica, Inhambane and Maputo city was carried out, including employees of the central bodies of the Ministry of Health (MISAU) from October 2002 to March of 2003. Were found as main professional careers in the health sector, for women occupying leadership positions the category of nurse in 50%, midwives in 111%, 2 38.9% were medical agents, pharmacy assistants, medical technician, general practitioner, gynecologist, microscopist, servant staff (service agents). The most preferred activities by the interviewees were mostly the clinic, activities they had been developing, participation in courses to raise their level of knowledge. In general, all the interviewees who, at the time of their integration, entered with more than 1 colleague reported that about 64% of men had risen to the position of chief in the foreground. It was also found that women have fewer opportunities to ascend to leadership positions. It took women about 10 years and 6 months to ascend to a leadership position compared to men who took about 5 years and 6 months. women in leadership positions were more concentrated in sectors inherent in female professional categories, such as the maternal child health / maternity sector Among all respondents who held leadership positions, only 20% had their position formalized by administrative order. It should be noted that of the female respondents, only 17.8% had their managerialized. Only 35% of individuals with formalized leadership enjoyed wage benefits, with no differences between the two sexes. Men occupying leadership positions were generally the most benefited in terms of terms of salerial benefit, prestige, “» material inefficiency> ease of access to training. The main problems faced by the interviewees were administrative and human / personal resources, with around 32.6% and 57.1% respectively. It should be noted that all female interviewees faced administrative problems, and 61% reported having problems with human / personal resources. Approximately 62% reported that the relationship between individuals who held leadership positions and their subordinates was good. About 64% of the women interviewed related well with their subordinates. Regarding the attitudes taken by the interviewed bosses about non-compliance with librarianship obligations, 3: .9% of women established dialogue when there was transgression by subordinate colleagues and 36.5% of male respondents also pointed out that dialogue was the option. Sexual harassment was reported in about 4% of individuals in managerial positions. The victims of harassment were all female. Sexual harassment by individuals who did not occupy managerial positions was in the order of 8%, 28% of whom were male and the remainder female. For the evaluation of sexual harassment, any attempt was made to convince the colleague for the sexual act. In general, there was no difference of opinion regarding the opportunities and ascension to leadership positions. I try men as well as women They were unanimous in stating in about 64% that men had easier access to leadership positions than women. Approximately 26% of the individuals occupying management positions were able to retire, either because of their length of service, or because of their age, with only one interviewee being female and the rest being male. Os resultados deste estudo permitem de certa forma concluir que as mulheres apresentam menores oportunidades de ascensão aos cargos de chefia, quando comparados com os homens.

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