Avaliação da cobertura vacinal e do conhecimento das mensagens divulgadas no âmbito do Programa de Demonstração da vacinação contra o HPV no distrito de Manhiça, 2014
Ano de publicação: 2018
Teses e dissertações em Português apresentado à Universidade Eduardo Mondlane para obtenção do título de Mestre. Orientador:
Em Maio de 2014, Moçambique lançou um programa de demonstração de vacinação contra o CCU as meninas de 10 anos segundo recomendações da OMS. Embora o estudo de
aceitabilidade tenha revelado um alto nível de aceitabilidade teórica da vacinação no distrito da
Manhiça, não existiam dados específicos do número de meninas elegíveis para a vacinação. Era
importante também verificar o nível de conhecimento desta população em relação a doença e
a fonte de informação mais usada, tendo em conta que houve uma componente de mobilização
social associada a vacinação.
Métodos:
Foi realizado um estudo descritivo transversal para avaliar a cobertura vacinal da vacinação contra o HPV do ano 2014 entre Março a Maio de 2015 incluindo meninas nascidas em 2004 e seus encarregados de educação. A amostragem foi feita por conglomerados segundo as directrizes da OMS. Os dados foram colhidos através de um inquérito semi-estruturado e analisados usando o software SPSS versão 21 na qual fez-se tabelas de frequências das variáveis categóricas e a análise bivariada.Resultados:
Dos 727 agregados analisados, a maioria localiza-se na região rural nos quais os encarregados de educação são maioritariamente pais biológicos, do sexo feminino (71%), com nível de escolaridade primária (57%). As meninas eram maioritariamente estudantes (98,5%), concentradas na 4ª e 5ª classe 68,8%, 91,3% recebeu pelo menos uma dose da vacina, sendo 73% com vacinação completa, 93,4% foram vacinadas nas escolas. A maioria das meninas não vacinadas eram estudantes da 4ª e 5ª classe, residentes nos bairros de Maciana, Manhiça Sede e Palmeiras, alegavam falta de informação sobre a vacinação, falta de comprovativo da idade. Mais de 80% dos encarregados de educação tinha ouvido falar do cancro do colo do útero mas menos de 3% sabia definir, 15% referiu que a via de transmissão é sexual. As unidades sanitárias, televisão, e conversas informais foram os meios de comunicação mais destacados. A maior parte das meninas (65%) já tinha ouvido falar do CCU, 4% conhecia o modo de transmissão e 25% sabia como prevenir. Somente 11% das meninas ouviram falar do HPV.Conclusão:
A maioria dos encarregados de educação tinham um nível de escolaridade primário, domésticas, as meninas eram maioritariamente estudantes da 4ª e 5ªclasses. Embora abrangentes, as mensagens de mobilização não eram adequadas para crianças e pessoas com escolaridade baixa. O programa mostrou-se eficiente ao localizar e vacinar completamente 73,3% das meninas elegíveis. A escola é o local ideal para encontrar as meninas. A não vacinação dependeu mais da proveniência e da escolarização.Recomendações:
Melhorar a estratégia de comunicação tendo em conta o grupo alvo para a vacinação.
n May 2014, Mozambique launched a vaccination demonstration program
against cervical cancer focusing on 10 year old girls according to WHO recommendations. Although the acceptability study revealed a high level of theoretical acceptability of the vaccination in the Manhiça district, it did not guarantee the real level of coverage because the census
data did not report specifically on the population of the relevant age groups used by the implementers to calculate the target group to be reached and the respective coverage. It was also
important to assess the level of knowledge about the disease and how the target population
received their information to assess the impact of the social mobilization component associated
with vaccination.