A meningite bacteriana é uma condição clínica que acarreta risco de vida, requerendo diagnóstico e tratamento precoces. Estima-se que ocorreram 2,8 milhões de casos de meningite em todo o mundo, em 2016 (Colaboradores GBDM Lancet 2018). Até 70% dos pacientes com meningite morrem sem tratamento (Rosenstein NEJM 2001). Mesmo com diagnóstico e tratamento adequados, cerca de 8 a 15% dos pacientes com meningite acabam por morrer e cerca de 20% dos sobreviventes poderão sofrer de perda de audição permanente e dificuldades de aprendizagem (OMS 2019). As crianças com menos de 5 anos de idade correm um risco maior de contraírem meningite bacteriana, que é causada por três agentes infecciosos principais: Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae e Neisseria meningitidis. Estão disponíveis vacinas eficazes contra estes agentes infecciosos. Moçambique, por exemplo, introduziu uma vacina pneumocócica conjugada 10-valente (PCV), em 2013, e dados da vigilância mostram que a prevalência da meningite pneumocócica de tipo PCV10 reduziu de 84,2% (48/57), em 2013, para 0% (0/3), em 2015 (Nhantumbo PLoS One 2017). No entanto, é importante manter uma vigilância robusta e ativa da meningite bacteriana em Moçambique devido a preocupações com o aumento de serotipos não incluídos na fórmula atual da vacina (Martcheva J R Soc Interface 2008) ou o surgimento de serotipos resistentes a múltiplos antibióticos (OMS 2017)...