Prevenção e controlo de doenças orais e do noma como intervenções essenciais contra as doenças não transmissíveis
Prevention and control of oral diseases and as essential interventions against against non-communicable diseases

Ano de publicação: 2016

Uma boa saúde oral é uma das condições essenciais para se viver bem. A saúde oral é fundamental para a capacidade de respirar, comer, engolir, falar e mesmo sorrir. O comprometimento destas funções pode interferir seriamente com a capacidade de interagir com os outros, frequentar a escola e trabalhar. Na Região Africana da OMS, a má saúde oral faz com que milhões de pessoas sofram de dores extremas, aumenta os encargos financeiros para a sociedade, resultantes dos pagamentos directos feitos pelos utentes e afecta gravemente a qualidade de vida e o bem-estar das pessoas. As doenças orais estão entre as doenças não transmissíveis (DNT) preveníveis mais comuns do mundo. Todas estas doenças orais têm uma origem multifactorial e compartilham factores de risco modificáveis com as principais DNT. Esses factores de risco incluem o tabagismo, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas e a alimentação pouco saudável com elevado teor de açúcar, situações que estão a aumentar nesta Região. É essencial abordar estes factores de risco de forma integrada numa estratégia baseada nos cuidados primários de saúde para controlar e prevenir as principais DNT e, assim, melhorar também a saúde oral das populações na Região Africana. As actividades para prevenir e tratar doenças orais, assim como para promover a saúde oral, devem ser significativamente aumentadas em toda a Região, particularmente a nível local. É necessária uma abordagem baseada na população com boa relação custo-eficácia, que tenha um impacto elevado e sustentável e que inclua uma combinação de cuidados preventivos na população em geral e centrados no doente, que incida claramente na promoção da saúde e na capacitação para um cuidado pessoal eficaz. Este manual demonstra que a maioria das intervenções necessárias para dar resposta à maior parte das necessidades quotidianas de saúde oral estão comprovadas, são económicas e são viáveis nos lugares onde a população em geral vive. A maioria destas intervenções pode ser feita nas instalações de cuidados primários de saúde, nas escolas ou em contextos comunitários, por pessoal de primeira linha. Quando é necessário o tratamento, os doentes devem ser encaminhados para unidades clínicas. O manual também alerta para o problema do noma, que tem sido há demasiado tempo uma doença ”escondida”, quer literalmente quer em termos de políticas e recursos. Agradeço à nossa parceira, a Fundação Hilfsaktion Noma e.V. pelos seus anos de trabalho contra esta doença cruel e pelo seu generoso financiamento que ajudou a tornar este manual possível. Este manual vai beneficiar os clínicos, os especialistas em saúde pública e os governos, assim como os parceiros do sector da saúde, em toda a Região. No contexto do reconhecimento emergente da incidência crescente das DNT, espero que reconheçam a utilidade deste manual e que o mesmo sirva para dinamizar os esforços locais e nacionais para melhorar a saúde oral de milhões de africanos.

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