Orientações práticas para provedores de saúde que lidam com crianças e adolescentes vítimas de violência

Ano de publicação: 2017

Das as formas de violência contra as crianças e adolescentes são uma violação grave dos direitos humanos, é negar às crianças e adolescentes o direito que têm de serem tratados como pessoas em condições especiais de crescimento e desenvolvimento. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a escala mundial até um bilhão de crianças sofreram violência física, sexual ou psicológica no último ano, 1 em cada 4 crianças é vítima de maus-tratos físicos, quase 1 em cada 5 meninas é vítima de violência sexual pelo menos uma vez na vida. O nosso país não fica longe desta realidade, os dados estatísticos reportados no Serviço Nacional de Saúde revelam que as crianças e adolescentes constituem o maior grupo de vítimas de violência que procuram os cuidados de saúde. As crianças, adolescentes e mulheres jovens, dentro e fora da escola, devem constituir o foco da intervenção, devendo ser envolvidos e cobertos com intervenções de alto impacto que visem a prevenção da violência, a mudanças. A vivência da violência pode ter consequências graves e permanentes para a saúde das crianças e adolescentes desde a vulnerabilidade para aquisição do HIV e outras ITS, ao aumento da probabilidade de padecer de doenças crônicas e envolver se em comportamento de risco tais como o uso do álcool, drogas, delinquência, parceiros múltiplos e concorrentes, entre outros, transformando assim a violência num determinante importante de saúde para a nossa população. Por isso, torna- se imprescindível envidar esforços na prevenção e disponibilização de serviços de qualidade de atendimento e reabilitação para crianças e adolescentes. É nossa responsabilidade usar todos mecanismos existentes e reforçar os necessários para garantir a resposta adequada dos serviços de saúde a todos níveis e apoio do cumprimento das leis que protegem a vítima de violência que são da responsabilidade do provedor de saúde. A prevenção de violência contra crianças e adolescentes passa também pelo envolvimento de pais educadores e da comunidade para referência de casos que muitas vezes são silenciados e aumentam assim as repercussões nefastas sobre a saúde das vítimas que precisam de cuidados para se tornarem cidadãos saudáveis e felizes que possam contribuir para o desenvolvimento do nosso país.

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